domingo, 18 de julho de 2010

Vem aí o VII Congresso Estadual do CPERS/Sindicato

BALANÇO DO CPERS/SINDICATO

A unidade construída para eleger a atual direção da Entidade pôs lado a lado: CUT, CONLUTAS e INTERSINDICAL. A princípio parecia ser um prenúncio de unidade acima das divergências sobre a condução da luta. Mas o discurso de “unir pela esquerda os que lutam” é desmascarado mesmo na análise mais superficial. É claro que existe um acordo de não atacar o governo Lula. Não existe nenhuma denúncia nos materiais institucionais do sindicato dos ataques feitos pelo governo federal aos direitos dos trabalhadores. Nem que a política educacional do governo Yeda está em consonância com as políticas do MEC. Correntes que antes esperneavam agora se calam em troca de cargos e da possibilidade de montarem um “aparelho ideológico” no Sindicato. Malabarismos são feitos para justificar o atropelo ao estatuto da Entidade, o autoritarismo interno, as manobras na condução das discussões tanto nas assembléias quanto no Conselho Geral.

No final dos anos 70 nosso sindicato se tornou referência ao movimento sindical através de mecanismos que permitiam formas democráticas de expressão. As discussões nas escolas fluíam através das assembléias regionais culminando no Conselho e Assembléia Geral. Direções do CPERS/Sindicato não hesitavam em escolher os interesses da categoria aos interesses dos partidos ou governos. Mas essa tradição foi sendo quebrada ao longo dos últimos tempos com a lógica de que “os fins justificam os meios”.

Não aceitamos a desculpa de que este ou aquele partido seja mais representativo do povo ou mais honesto. Nenhum partido tem o monopólio da honestidade ou boas intenções. A categoria quer luta legítima por suas reivindicações sem ser usada como massa de manobra para defender este ou aquele projeto político. Refutamos maniqueísmos que tenta excluir uma parcela considerável de valorosos companheiros com a adoção de uma postura intolerante e truculenta. É inegável a contribuição destes companheiros na história de luta do Sindicato.

Hoje é possível constatar o acerto das nossas avaliações e posicionamentos. Historicamente, o Movimento Pó de Giz rechaçou nos congressos a decisão de apoio a candidatos ao governo dado pelo CPERS enquanto instituição. Denunciou a ação impressa pelas últimas direções ao confundirem o papel do Sindicato com a do Partido Político. Alertou que a hegemonia política na direção de uma Central Sindical iria interferir na condução da luta em defesa dos interesses da categoria. Essas posições definidas no passado como “conservadoras” geralmente aparecem em período eleitoral nos panfletos de forças que se apoderam do nosso discurso de forma oportunista.

Denunciamos o autoritarismo interno que tenta estigmatizar os que pensam diferente, o controle da base com a omissão das informações, a falta de transparência na gestão dos recursos humanos, materiais e financeiros, a concentração das decisões nas mãos da diretoria esvaziando o papel do conselho fiscal e conselho geral. Não dá pra aceitar um Conselho Geral subalterno, que abdica de um debate profundo, que não consiga ir além da divergência para definir com maturidade uma pauta em comum.

Defendemos a construção de uma frente de luta buscando a unidade não só no discurso, mas na prática. Somente com uma direção plural, independente e classista podemos impulsionar a luta por valorização profissional e por educação pública de qualidade. Nossa pauta de reivindicações aprovada em assembléia geral é prioridade e com certeza estará no plano de ação de todas as teses. Nossas diferenças não estão aí. Nossa diferença está na postura sindical!

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