segunda-feira, 6 de setembro de 2010

“Bullying Sindical” por Denise Alves schwochow

Denise Microfone - mod1 Não tenho dúvidas de que o bullying não é exclusivo do meio escolar ele ocorre também na atividade sindical.

O autoritarismo interno que tenta estigmatizar os diferentes é uma estratégia do bullying sindical. Essa postura intolerante e truculenta acabou por afastar do sindicato parcela da categoria nos últimos anos.

Algumas atitudes que configuram esta prática são:

· Insultos;

· Comentários depreciativos;

· Isolamento social;

· Difamação, injúria, desonra;

· Uso de arrogância e sarcasmo para garantir o controle;

· Intimidação de pessoas que desejam se socializar com a vítima;

· Uso de procedimentos ilegítimos porque “os fins justificam os meios”;

· Conseguir ação disciplinar contra a vítima por atos que não cometeu ou foi exagerado pelo “bully”.

As reações das vítimas do bullying sindical podem ir desde ao desinteresse pela participação sindical, perda da auto-estima, sentimento de impotência, tristeza, raiva, aflição até a depressão.

Ou então elas são capazes de resistir. Assumem postura assertiva diante das provocações e constroem estratégias de superação.

Em que grupo você se integra?

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Vem aí a exigência de nível superior para professores!

Fiquem atentos aos trâmites do PLC 280/09 de iniciativa do Executivo Federal que altera artigo da LDB. Este projeto de lei complementar foi aprovado pelo Senado em 7 de julho de 2010 e exige nível superior para os professores da educação infantil, fundamental e médio.  O substitutivo da Senadora Fátima Cleide estabelece um prazo de seis anos para os professores que tenham apenas o Normal cursarem Licenciatura Plena.

Este PLC foi reenviado à Câmara em 20 de julho porque sofreu alterações no Senado.

Origem do PLC 280/09: apresentado à Câmara dos Deputados como PL 05395 de 30/10/09 enviado pelo Executivo Federal em regime de urgência.

domingo, 1 de agosto de 2010

É possível impedir o debate?

No VII Congresso Estadual foi pautado a rediscussão da desfiliação da CUT. Após conversações se colocou em votação se seria aberto o debate sobre as centrais sindicais. Ganhou a proposta de não permitir o debate defendida pela Rejane de Oliveira da DS (Democracia Socialista).

Será possível impedir o debate num momento em que temos as centrais sindicais se reorganizando? Quando tivemos dois eventos chamados CONCLAT (Conferrência/Congresso da Classe Trabalhadora) acontecendo no mês de junho em São Paulo, mesmo estado onde em 1981 tivemos a cisão do movimento sindical em CUT e CGT? Não estariamos novamente num momento decisivo para o movimento sindical brasileiro?

Ficará o Rio Grande do Sul fora deste debate? Ou ele correrá como água entre os dedos?

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Dando a Yeda o que é de Yeda e a Lula o que é de Lula

Enquanto Yeda mais quatro governadores entraram no Supremo com Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) sobre a Lei do Piso questionando a perda de autonomia do Estado em definir valores salariais e a hora-atividade Lula indica um valor rebaixado para o Piso Nacional.

Os reajustes pela Lei do Piso seriam em 2009 de r$ 1.132,40, em 2010 de r$ 1.312,85 e em 2011 de r$ 1.513,58. Pela “indicação” do Ministro da Educaçãol é para 2010  de r$ 1.024,67 e para 2011 será de r$ 1.181,34. A “indicação” é uma estratégia para que o ônus de não cumprir a Lei do Piso recaia exclusivamente sobre prefeitos e governadores salvaguardando o governo federal.

O Projeto de Lei  Complementar 321/09 que se originou como Projeto de Lei 3776/08 de autoria da Presidência chegou ao Senado. Cristovan Buarque tentou fazer do limão uma limonada apresentando um substitutivo que, segundo ele, foi discutido com o Ministro e representantes do Magistério. Pelo substitutivo aprovado pelo Senado o Piso é calculado pela soma de duas variáveis e valor médio entre correção do FUNDEB e INPC. O valor do Piso passa a ser de r$ 1.200,00 em 2011 atualizado em maio pelo Executivo e amplia espaço para adequação dos planos de carreira até 31 de dezembro de 2010.

Pelo que podem observar ainda teremos muitos desafios pela frente. A luta continua!

Avaliando a conjuntura nacional

O clientelismo, a troca de favores e a corrupção lançam descrédito sobre a atividade política. Esquerda e direita se associam ou se defrontam defendendo interesses com todos os nuances possíveis. Nas esferas federal, estadual, municipal e privada os Trabalhadores em Educação precisam reafirmar que nenhuma conquista virá das benesses de um governante, mas do livre exercício da pressão e negociação da sociedade civil. Aos poucos se dão conta de que o governo Lula não representou ruptura com governo anterior e a “perspectiva do socialismo” está cada vez mais distante.

Aliás, qual socialismo? Aquele onde o governo do proletáriado oprime o operário? Aquele que assassinou a direita e depois assassinou os próprios companheiros? Aquele onde a sucessão no poder é resolvida com conluios? Aquele que acha legítimo tudo o que serve a revolução? Aquele que acha que é preciso ultrajar e depurar todos os que pensam diferente? Aquele que censura a imprensa? Aquele que usa artifícios para esconder a verdade? Aquele onde o sindicato é o braço do partido e não a livre manifestação da classe trabalhadora?

O mal neste mundo é que os estúpidos vivem cheios de si e os inteligentes cheios de dúvidas.

                                               Bertrand Russel

domingo, 18 de julho de 2010

Vem aí o VII Congresso Estadual do CPERS/Sindicato

BALANÇO DO CPERS/SINDICATO

A unidade construída para eleger a atual direção da Entidade pôs lado a lado: CUT, CONLUTAS e INTERSINDICAL. A princípio parecia ser um prenúncio de unidade acima das divergências sobre a condução da luta. Mas o discurso de “unir pela esquerda os que lutam” é desmascarado mesmo na análise mais superficial. É claro que existe um acordo de não atacar o governo Lula. Não existe nenhuma denúncia nos materiais institucionais do sindicato dos ataques feitos pelo governo federal aos direitos dos trabalhadores. Nem que a política educacional do governo Yeda está em consonância com as políticas do MEC. Correntes que antes esperneavam agora se calam em troca de cargos e da possibilidade de montarem um “aparelho ideológico” no Sindicato. Malabarismos são feitos para justificar o atropelo ao estatuto da Entidade, o autoritarismo interno, as manobras na condução das discussões tanto nas assembléias quanto no Conselho Geral.

No final dos anos 70 nosso sindicato se tornou referência ao movimento sindical através de mecanismos que permitiam formas democráticas de expressão. As discussões nas escolas fluíam através das assembléias regionais culminando no Conselho e Assembléia Geral. Direções do CPERS/Sindicato não hesitavam em escolher os interesses da categoria aos interesses dos partidos ou governos. Mas essa tradição foi sendo quebrada ao longo dos últimos tempos com a lógica de que “os fins justificam os meios”.

Não aceitamos a desculpa de que este ou aquele partido seja mais representativo do povo ou mais honesto. Nenhum partido tem o monopólio da honestidade ou boas intenções. A categoria quer luta legítima por suas reivindicações sem ser usada como massa de manobra para defender este ou aquele projeto político. Refutamos maniqueísmos que tenta excluir uma parcela considerável de valorosos companheiros com a adoção de uma postura intolerante e truculenta. É inegável a contribuição destes companheiros na história de luta do Sindicato.

Hoje é possível constatar o acerto das nossas avaliações e posicionamentos. Historicamente, o Movimento Pó de Giz rechaçou nos congressos a decisão de apoio a candidatos ao governo dado pelo CPERS enquanto instituição. Denunciou a ação impressa pelas últimas direções ao confundirem o papel do Sindicato com a do Partido Político. Alertou que a hegemonia política na direção de uma Central Sindical iria interferir na condução da luta em defesa dos interesses da categoria. Essas posições definidas no passado como “conservadoras” geralmente aparecem em período eleitoral nos panfletos de forças que se apoderam do nosso discurso de forma oportunista.

Denunciamos o autoritarismo interno que tenta estigmatizar os que pensam diferente, o controle da base com a omissão das informações, a falta de transparência na gestão dos recursos humanos, materiais e financeiros, a concentração das decisões nas mãos da diretoria esvaziando o papel do conselho fiscal e conselho geral. Não dá pra aceitar um Conselho Geral subalterno, que abdica de um debate profundo, que não consiga ir além da divergência para definir com maturidade uma pauta em comum.

Defendemos a construção de uma frente de luta buscando a unidade não só no discurso, mas na prática. Somente com uma direção plural, independente e classista podemos impulsionar a luta por valorização profissional e por educação pública de qualidade. Nossa pauta de reivindicações aprovada em assembléia geral é prioridade e com certeza estará no plano de ação de todas as teses. Nossas diferenças não estão aí. Nossa diferença está na postura sindical!

segunda-feira, 7 de junho de 2010

A história se repete como tragédia ou como farsa

Em 1º de junho no Pacaembu em São Paulo ocorreu a 1ª Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (CONCLAT). Dela participaram as centrais: CUT, Força Sindical, Nova Central, CTB (Central dos Trabalhadores do Brasil) e CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil).

Também em Santos/São Paulo mas nos dias 5 e 6 de junho ocorreu o Congresso da Classe Trabalhadora (CONCLAT) que reuniu Conlutas, Intersindical, MAS (Movimento Avançando Sindical), Pastoral Operária, MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto).

É possível perceber hoje a total capitulação das centrais sindicais frente ao governo. A cooptação de lideranças que ascenderam socialmente ocupando cargos produziu uma acomodação das reivindicações sindicais e populares. Plenárias e congressos são meros instrumentos para referendar decisões de cúpulas partidárias.

Vale lembrar o 1º CONCLAT em 1981 onde teve inicio uma cisão entre sindicalistas que acabou dando origem à CUT e a CGT. As divergências eram em torno da unicidade/pluralismo sindical, do sindicalismo de resultados/de contestação, a contribuição sindical. Paradoxalmente, os que lutaram contra o imposto sindical hoje se aproveitam do seu financiamento. Cada vez mais as centrais sindicais representam correntes político-partidárias que se unem levando em conta muito mais interesses pessoais do que os da classe trabalhadora.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Mantendo a responsabilidade com o coletivo

Na assembléia geral de pretação de contas ocorrida dia 04, no 9º andar do CPERS, refirmamos nossa cobrança sobre a falta de dados sobre a situação financeira da Entidade. Alertamos que o parecer do conselho fiscal foi apenas sobre o balancete e que na pauta do conselho geral de 30 de abril não foi discutido nem  aprovado o balanço geral do Sindicato.

O balanço envolve ativo e passivo, tem apuração do lucro e do prejuízo, as contas são encerradas. O balancete que pode ser mensal ou até por período menor não demonstra com clareza a situação da instituição.

A verdade é inconvertível. A ignorância pode zombar dela, mas no fim, lá está ela…"